Sua Wi-Fi está lenta? Entenda o que pode estar causando essa lentidão

Fotografia de celular, com ícone de Wi-Fi, em frente a prédios corporativos com ícones de Wi-Fi flutuantes

Sua Wi-Fi está lenta? Entenda o que pode estar causando essa lentidão

Quantos de nós às vezes sentimos que a internet está lenta e nos questionamos o motivo, tendo um link de internet de velocidade alta?

Porque o sinal do Wi-Fi mesmo estando cheio (com todos os risquinhos preenchidos), demonstrando que está forte, a velocidade da internet está ruim?

Você faz teste de velocidade de internet e percebe que está muito lenta. Quantas vezes ligamos para a operadora solicitando suporte para que verifiquem essa lentidão da internet e nos dizem que está tudo certo, alegando que se colocar cabo de rede a velocidade correta contratada aparecerá?

Que tal conhecer um pouco da história do Wi-Fi da sua evolução e o que o futuro nos espera dessa tecnologia? Leia esse conteúdo do blog e aprenda também as configurações para você entender mais sobre sua placa de rede.

Quando pesquisamos esses assuntos na internet, encontramos muitas informações técnicas, que dificultam nosso entendimento. Mas aqui, vocês encontrarão as informações certas para entenderem sobre Wi-Fi de uma forma simples, mas com conteúdo.

O que precisamos de fato entender é o quê nos ajudará a medir eficiência, eficácia, o melhor sinal ou maior velocidade de transmissão dos dados. O “tecnez mais complexo” nós vamos deixar pra outro momento, sendo assim, vamos ao que interessa para a grande maioria das pessoas.

Primeiramente, o que significa IEEE? O que é 802.11? 

Algumas literaturas sequer mencionam isso, falam apenas rede Wi-Fi, já outras mencionam muito o termo IEEE 802.11. Mas e aí? o que muda na nossa vida se é protocolo, um padrão… absolutamente nada! Mas é bom sabermos o que esses termos significam e no final deste Blog tudo fará mais sentido para vocês.

IEEE: Institute of Electrical and Electronics Engineers (Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos). Foi formado em 1963, embora historicamente remonta a 1884 e ao Instituto Americano de Engenheiros Elétricos. O que importa aqui é que saibam que todo padrão relacionado a rede de dados, transmissão de redes sem fio e rádio passam por eles e nada acontece sem aprovação de um comitê formado por essas pessoas.

802.11: É o nome do protocolo de rede usado para transmissão via rádio, via Wi-Fi. Ele aparecerá sempre para definir a versão da rede que nós usamos. Observem na sequência do nosso Blog, que este número é padrão e se repetirá várias vezes, o que mudará é a letrinha que vem logo em seguida. Essa letrinha é que definirá qual a versão da rede e os recursos que ela disponibiliza para nós.

Em Junho de 1997 surge a primeira rede Wi-Fi homologada, com o protocolo 802.11, sendo transmitida a 2,4 Ghz com taxa de transferência de dados bruta de 1 e 2 Mbps com apenas 3 canais disponíveis. O alcance do sinal não passava de 20 metros dentro de edificações (indoor)  e não mais do que 100 metros ao ar livre (outdoor).

Em Setembro de 1999 surgiu seu primeiro aperfeiçoamento, 802.11a, iniciando transmissões na frequência de 5 Ghz, trafegando 6, 9, 12, 18, 24, 36, 48 e 54 Mbps e 12 canais, com mais 52 canais subcarriers (frequência de sinal modulada secundária). Juntamente com ela veio a 802.11b como uma melhoria na frequência de 2,4 Ghz com taxas de transmissão de 1, 2, 5,5 e 11 Mbps, mas ainda com apenas 3 canais. O alcance do sinal em 2,4 Ghz subiu para 35 metros indoor e 140 metros outdoor, e a nova frequência de 5 Ghz iniciou com alcance de 35 metros e 120 metros respectivamente.

Curiosidade: Porque a quantidade de canais é importante? Existem outros recursos domésticos que são transmitidos nessa mesma frequência de 2,4 Ghz: Telefone sem fio, babá eletrônica, aparelhos médicos como tomografia e até um simples forno microondas enquanto está sendo usado interfere nesta frequência. Quanto mais canais, mais chance da rede driblar essas interferências e entregar um bom sinal.

Em Junho de 2003, surge o terceiro aprimoramento na faixa dos 2,4 Ghz. Sendo nomeado de 802.11g, conseguia tráfego de dados em uma faixa maior: 6, 9, 12, 18, 24, 36, 48 e 54 Mbps, ainda sendo capaz de reverter para 1, 2, 5,5 e 11 Mbps da sua versão anterior. A quantidade de canais permaneceu a mesma, 12 e com 52 canais subcarriers. Em resumo, conseguia fazer o que a 802.11a de 5 Ghz ainda não tão acessível ao consumidor fazia. O alcance do sinal não melhorou muito ficando em 38 metros indoor e 140 metros outdoor.

Outubro de 2009: Como a faixa dos 2,4 Ghz ainda era a mais acessível ao consumidor, recebeu outra melhoria com o protocolo 802.11n, também apelidada de “Wi-Fi 4”. As taxas de transmissão eram as mesmas das anteriores, mas ultrapassou os 54 Mbps e entregava até 300 Mbps.

A grande sacada deste protocolo é que ele permitiu unificar a transmissão em 5 Ghz, fazendo com que as taxas de transmissão chegassem a 600 Mbps nesta frequência. O alcance do sinal 2,4 Ghz subiu para 70 metros indoor e 250 metros outdoor, mas na 5Ghz não houve mudanças.

Dezembro de 2013: Batizado de Wi-Fi 5 e com protocolo nomeado de 802.11ac, a 5 Ghz recebeu uma ótima melhoria conseguindo taxas de transferências entre 700 Mbits e 7.000 Mbits, porém o alcance ainda permanecia o mesmo, 35 metros indoor e 120 outdoor. Há sites que afirmam um alcance de até 200 metros outdoor.

Maio de 2021: Agora nomeado de Wi-Fi 6 e com o protocolo 802.11ax, esta nova rede atua tanto com a 2,4 Ghz quanto com a 5 Ghz, mas trás uma novidade que é a introdução da 6 Ghz. Ainda que não divulgada e não visível para os usuários, esta nova frequência é uma melhoria da 5 Ghz para uso em locais com grandes aglomerações, onde a quantidade de dispositivos conectados é maior, como shoppings centers e grandes empresas. Em medições, essa nova frequência teve 37% de taxa de dados nominal a menos que a Wi-Fi 5, porém a velocidade total teve um aumento de 300% com uma redução de latência* em 75%. Com toda essa melhoria houve um decréscimo no alcance do sinal, que caiu para 30 metros indoor e 120 metros outdoor nas frequências 5 e 6 Ghz. Nada mudou para a 2,4Ghz.

 

* Quanto mais latência, menor será a taxa de transmissão de dados, mais lenta será a rede e mais dados se perdem ao longo do caminho.

Como fica o futuro das redes Wi-Fi?

Espera-se ainda para o final deste ano, o lançamento da Wi-Fi 7 com a introdução do novo protocolo 802.11be, que será a melhoria da Wi-Fi 6 no que diz respeito às taxas de transmissão, que alcançarão até 46 Gbps. Nada mudará com relação ao alcance dessas redes por enquanto que continuarão limitadas à 30 metros indoor e 120 metros outdoor.

Então via de regra, se você está mais distante do roteador Wi-Fi, muito provavelmente você só conseguirá se conectar à uma rede 2,4 Ghz e estará limitado a uma taxa de transferência abaixo ou próximo de 150 Mbps. Quanto mais distante e mais interferência houver no sinal, pior será essa taxa de transferência.

O mesmo acontece quando se está conectado à uma rede 5 Ghz. Se tiver uma parede, porta ou vidros entre seu dispositivo e o roteador, tudo isso fará com que haja latência maior, causando uma redução na taxa de transferência. Estar conectado à essa rede não irá garantir que você consiga atingir o máximo dela, isso dependerá muito do ambiente ter barreiras ou não, da quantidade de pessoas conectadas ao roteador e até mesmo da tecnologia da sua placa de rede, pois ela pode se conectar à 5 Ghz, mas estará limitada ao protocolo.

Resumindo: 2,4 Ghz tem maior alcance e menor velocidade. A 5 Ghz tem menor alcance mas oferece maior velocidade. Quanto mais próximo do roteador estiver, mais limpo será o sinal e mais próximo do limite de transferência de dados, de acordo com a tecnologia da sua placa de rede.

Como prometemos, não usamos “tecnêz” neste post, e com isso deixamos de falar sobre outros pontos importantes. Cada uma dessas redes possuem: Faixa de Frequência, Modulação, Largura de Banda, Meio Físico de Transmissão e Fluxo MIMO. Cada uma delas passam por modificações a cada evolução do protocolo 802.11.

Vamos agora para uma parte prática e ver o quanto foi importante mencionar os tais protocolos? O procedimento foi feito em um dispositivo com Windows 11, mas é muito similar desde o Windows 7.

Acessando o caminho “Painel de Controle\Rede e Internet\Central de Rede e Compartilhamento” pelo Explorer, verão esta tela:

 

Clicando sobre a conexão, neste exemplo nomeada como Wi-Fi 2 (Tuka 5G), será aberta uma janela contendo o Status dela.

 

Ao clicar em Propriedades, aparecerá a próxima tela, conforme abaixo:

Ao clicar em Configurar, outra tela será aberta exibindo todas as configurações da placa de rede Wi-Fi que você está usando. Em seguida clique na guia Avançado.

Nas propriedades da placa de rede poderão observar quais protocolos ela é capaz de utilizar para se comunicar com as redes Wi-Fi. Dessa maneira saberá qual a velocidade máxima que o seu dispositivo poderá alcançar, pois agora você já entende e conhece sobre o assunto.

Neste exemplo mostrado acima, as redes aceitas pela placa são:
2,4 Ghz: a, b e g; 5 Ghz: n, ac e ax.

Ou seja, praticamente todas. A chance deste dispositivo se conectar em qualquer rede atual ou antiga são grandes. Caso o seu apresente menos letrinhas e seu dispositivo permita a troca da placa de rede, isso te ajudará muito.

Observação importante: Realizar alterações aqui, pode causar falha de conexão ou mau funcionamento na sua placa de rede. Recomendamos expressamente que nada seja alterado. Feche todas as abas e janelas abertas clicando em Cancelar.